Nossa entrevista de seleção

Atenção! Nossa entrevista foi em 2008, regras e procedimentos mudaram bastante desde então.

Pessoal,

Nossa entrevista foi relativamente tranquila, e muito parecida com as outras divulgadas na Internet. Mas vou contar algumas coisas diferentes e engraçadas que aconteceram.

Quem somos:

Eu, Analista de Sistemas, 35 anos, minha esposa, secretária, 31 anos, dois filhos: uma menina (4 anos) e um menino (4 meses).

Como foi:

Chegamos na Berrini por volta de 10h30 e enrolamos um pouco até dar 11h30, a entrevista era as 12h00. Aproveitamos para ir ao Unibanco que fica no prédio para pagar contas. Procuramos a padaria que o Espektro disse e o vigia do banco indicou um boteco ali ao lado. O fato é que existe um café do outro lado da avenida muito melhor!!! As 11h30 nós subimos e esperamos até que o outro casal saísse.

Aí que aconteceu uma coisa diferente, o M. Leblanc veio até a sala de espera e começou a falar comigo, me pegou de surpresa, com a tecla SAP desligada e até agora não sei o que ele me perguntou (3 vezes)! Então ele perguntou meu nome, mas aí ele não entendeu se eu era a pessoa que ele esperava, talvez porque respondi o nome completo e não só o sobrenome e ele não estava com nosso dossiê na mão. Então eu disse que nossa entrevista estava marcada para “midi”. Ele então nos convidou para entrar, entramos por volta de 12h20.

Esse episódio me deixou meio tenso (minha esposa disse que eu estava com os olhos meio esbugalhados) e parecia que ia ser difícil entendê-lo na entrevista, mas não foi. Ele logo perguntou se havíamos incluído um bebé no meio do processo. Essa eu entendi, mas minha esposa não, respondi que sim e ele e quando ele havia nascido, ele foi buscar a papelada extra para incluir no dossiê. Achei estranho pois já havia enviado tudo para Buenos Aires no ano passado, mas parece que a alteração no dossiê foi feita pelo M. Leblanc, lá mesmo na hora. Ele citou que o com o bebé ganhanhos mais 4 pontos, minha esposa disse: então eu vou dar 4 beijinhos nele, ele sorriu. Eu disse que aquele era o dia do aniversário da minha filha e se isso não valia uns pontinhos a mais, ele riu e disse que valia 4 pontos do mesmo jeito. Nessa hora percebemos que podíamos nos descontrair um pouco mais e isso foi excelente para o restante da entrevista.

Outra coisa que me incomodou é que ele me pediu para preencher novamente o contrato de autonomia financeira incluindo o novo membro da família (documento que eu também já havia atualizado e enviado para B.A.). Foi meio ruim escrever o documento, prestar atenção no francês e continuar a responder o que ele continuou perguntando e verificar se os dados de todos na família estavam corretos. Quando veio a fase do passaporte e certidões de nascimento e casamento, foi tudo mais fácil e nós relaxamos.

Não sei porque ele encrencou com o “de” no meu sobrenome porque ele queria digitar em letra minuscula e o sistema só estava aceitando em maiúsculas. Eu disse que não importava (eu mudo de nome, mas me dá logo esse CSQ…) mas ele fazia questão…. no final o CSQ sai mesmo com o sobrenome todo escrito em maiúsculas.

O M. Leblanc é realmente simpático, mas acho que a gente precisa conquistar também, com muita organização, clareza ao falar, com um perfil adequado e a documentação completa. Exemplo disso é que ao tentar falar inglês, como quase todo mundo, uma guerra entre inglêses e francêses começou na minha mente. Saia uma frase em inglês e outra em francês, então minha esposa, que docinho, perguntou em inglês se eu queria ajuda, já que eu estava meio enrolado… ele elogiou como ela foi prestativa mas que o meu inglês é que valia, então os dois ficaram rindo da minha cara (1 x 0) enquanto eu respirava e virava a chave. Nessa hora os ingleses derrotaram Napoleão, e falei uns dois minutos em bom inglês, recebi até um elogio pela pronuncia quando expliquei que faz mais de 15 anos que não estudo inglês.

Outra hora, quando minha esposa falou algo de quando nasceu sua “première fille” ele educadamente corrigiu “premier enfant” e eu disse: claro, pois o segundo… ele completou… “est un garçon”, não sei porque isso soou muito engraçado e foi minha pequena vingança (1 x 1).

Recebemos dois elogios quanto ao francês, o primeiro foi quando ele viu o certificado do Centre Québec, com assinatura da Geneviève e fez ahh… Geneviève. Perguntamos se ele conhecia, ele disse que não, mas que todos que vêm com esse certificados falam bem. Depois ele elogiou o fato de tanto eu como minha esposa termos o mesmo nível de francês, pois alguns casais chegam na entrevista com níveis muito diferentes.

Levei algumas coisas a mais que achei que não seriam importantes, mas el até olhou. Por exemplo levei uma foto com amigos que moram no quebec, outros que tem o CSQ e mais dois que fazem a entrevista semana que vem. Ele estava no computador quando perguntou sobre amigos no Quebec e falou que não precisava mostrar a foto, mas eu deixei em cima da mesa. Quando ele voltou deu uma olhadinha e até reconheceu o Espektro: “Esse casal foi o primeiro aqui em SP…”

O final da entrevista foi como os outros, ele deu félicitations e nos entregou o CSQ. Depois explicou um monte do processo federal, e algumas coisas validação de diploma e sobre os primeiros dias lá. Minha esposa já relaxou e já não lembra de nada do que ele falou , mas eu entendi e achei excelentes as dicas.

Dicas para os que vierem depois:

  • Seja organizado, ele gosta disso e nos elogiou por isso.
  • Ele nos deixou falar bastante e não se importou se era eu ou minha esposa que respondíamos, mas se a pergunta é direcionada para o outro, não responda por ele(a).
  • Leve o máximo de documentos possível. Levei um monte de contratos da minha empresa e o imposto de renda, mas quando viu o talão de notas foi o que ele preferiu verificar.
  • Leve pequenos resumos do que você tiver que explicar. Levei uma planilha com as datas de entrada e saída de cada emprego, ele se baseou nela e achou bem legal, dois orçamento para os primeiros 6 meses (um otimista e outro pessimista). A foto também foi legal.
  • Leve vagas de trabalho na cidade que escolheu. Levei uma oferta de trabalho de Laval e ele gostou bastante.Não levou muito em conta as vagas de Ville du Quebec e Montréal.
  • Se ele fizer a vocês uma pergunta meio diferente logo de cara, e vocês entenderem, me contem porque estou curioso para saber o que foi que ele disse.

Sandro e Adriana

4 opiniões sobre “Nossa entrevista de seleção

  1. Oi gente!!! Adorei o blog! Parabéns….
    Sou de Porto Alegre e eu e Michel vamos começar o processo agora….estamos esperando as aulas de francês começarem pela Aliança Francesa aqui em Poa….qual foi este curso que vcs fizeram para ter este certificado de francês? Sou nutricionista e tbm trabalho como coordenadora de pesquisa clínica….o Michel é estatistico, uma profissão prioritaria estamos muito anciosos…..se souber nos dizer como é o mercado de trabalho para nós!!!
    Outra coisa: o fato de não sermos casados no papel conta muito? Estmos com casamento marcdo para dezembro mas queremos muito fazer a entrevista antes….vcs submeteram os ormulários com qtas horas de francês???
    Grata

  2. Vanessa,

    fizemos aula particular e aula no Centre Quebec que é uma escola quebecoise de francês em Curitiba.

    O certificado da escola apenas atestava o número de horas-aula que nós fizemos lá. Mas como a escola ensina o francês do quebec deu a impressão que nós falamos bem.

    Tínhamos cerca de 150 horas de francês – bem caprichadas!

    Sugiro vocês entrarem em brasilquebec.com pois lá há fóruns sobre essas questões de profissão e a questão da união civil.

    Boa sorte e um abraço.

    • Não existe mínimo de horas de francês. Nossa entrevista foi em 2008, as regras mudaram e hoje o nível de francês é avaliado segundo o teste oficial (TCF-Q).

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